Viva fãs da BD!
Tenho 66 anos, lisboeta, e iniciei desde muito cedo o meu fascínio pela Banda Desenhada. Via e revia muitas vezes os mesmos exemplares de O Mosquito ou do Cavaleiro Andante que o meu pai tinha.
O mesmo acontecia com o Falcão (série 1) que o meu pai me trazia todas as semanas e que eu devorava. Lembro-me dos suplementos do Jornal Diário de Notícias, a Nau Catrineta ou do Pim-Pam-Pum do Século. E também de uma uma vez ir a Sintra de comboio com os meus pais e de me terem comprado alguns fascículos do Cavaleiro Andante do que restava quando acabou a colecção, a um ardina que os vendia a 10 tostões.
Quando aprendi a ler foi outra formidável sensação, os poucos números que tinha do Cavaleiro Andante, do Mosquito e do Falcão. A partir daí fui comprando quando era possível, o Ciclone, o Condor Popular, o Mundo de Aventuras, o Pato Donald, o Mickey, o Tio Patinhas da Abril Cultural que só chegavam a Portugal passados cerca de seis meses, o mesmo acontecendo com o Super-Homem ou o Batman da EBAL. Entretanto já comprava o Zorro e o Falcão (série 2). Em 1968 saíram mais duas revistas, o Pisca-Pisca e o Tintin. Infelizmente destas duas, só pude continuar com o Tintin. Os preços começavam a ser incomportáveis para mim em comparação com os preços que eram praticados na altura pelo Falcão, o Pisca-Pisca custava três vezes mais, e o Tintin duas vezes mais.
Nos finais dos anos setenta, consegui finalmente arranjar num alfarrabista, a colecção do Cavaleiro Andante por cinco contos (cinco mil escudos). Faltavam apenas dezasseis números que por sorte, com os que tinha do meu pai, ficaram a faltar apenas nove, que em alguns meses consegui arranjar.
Com o fim do Tintin ainda apareceram o Flecha 2000 e o Jornal da BD, mas os jogos de computador vieram substituir os tempos de leitura dos mais jovens, acabando por ser impraticável a continuidade das colecções de banda Desenhada e também devido ao preço a ser praticado. Actualmente são os Smartphones e as redes sociais para já não falar nos canais infanto-juvenis das TVs.
Foi através do Cavaleiro Andante, cujos fascículos se iam deteriorando, que em 2018 me lembrei de os conservar em formato digital. Lembro-me de comentar isso com um amigo que me disse haver um site onde havia muitas revistas e que podia ser que lá tivesse o que eu estava a digitar. E foi a partir daqui que tomei conhecimento do Tralhas, onde sempre que posso dou uma mãozinha para ajudar a preservar o património da BD Portuguesa/Brasileira.
Forte abraço a todos os amantes da nona arte.
Muito Obrigado!
ResponderEliminarExcelente 😊👍
ResponderEliminarMuito Obrigado!
ResponderEliminarÉ graças ao Tralhas Várias (e ao Amigo Gizmo) que fico a conhecer algumas das pessoas que formam a equipa que mais contribui, na digitalização e no restauro destas "preciosidades", nomeadamente as publicadas em Portugal, que assim podem ficar disponíveis.
Bem hajam 😊👍