Amigo Gizmo,
Fui alfabetizado lendo quadrinhos, então desde sempre convivi com as revistas da turma da mônica, cresci lendo as aventuras do Cebolinha, da Mônica, do Cascão, da Magali e do Chico Bento.
Minha mãe assinava todas as revistas e a gente se maravilhava com as aventuras da turminha. Sempre gostei mais do Cebolinha por ser diferentão e do Chico Bento por ser da roça e na época todo final de semana íamos para a fazenda de meu pai.
No começo da década de 1990, eu com 13 anos na época, fomos para a praia passar as férias de final de ano. Passamos 2 semanas e o tempo estava bem chuvoso, acabaram todas as revistas e livros que tínhamos levado, então tive a ideia de ir na banca de jornal para ver se tinha algo diferente, não gostava muito dos gibis da Disney e vi uma capa que me chamou a atenção, eram uns personagens uniformizados e diferentões: Os X-Men. Puxando aqui a memória a revista era essa aqui:
Quando eu li a primeira vez foi arrebatador! Era como se eu
descobrisse um mundo novo, com personagens fortes, bem desenhados, esquisitos e
atuando em equipe. Bem diferente do pré-conceito que eu tinha em relação a
super-herois estereotipados, perfeitinhos e cheio de regras como eu imaginava
serem todos como o Super-Homem (sim, não existia o Superman na época,
kkkkk).
Fiquei maravilhado, atormentei minha mãe para comprar mais revistas, dali em diante as visitas na banca se tornaram frequentes.
Quando voltamos para nossa cidade descobri um Sebo (banca de revistas usadas) e passava quase todos os dias procurando as HQs antigas dos X-men, a ideia era completar a coleção que eu começara pelo número 72.
Eu fazia os deveres escolares dos meus colegas de escola em troca de dinheiro que era usado exclusivamente nos gibis. Foram anos, literalmente, para ter todas elas. Cada gibi inédito era uma conquista, nessa época não existia internet, então para achar um número novo só vasculhando as pilhas e pilhas de revistas todas misturadas e empoeiradas. Eu tinha na carteira anotada todos os números faltantes e ia riscando uma a uma conforme ia completando.
E assim eu terminei os X-men e Wolverine da Abril! Muito
esforço, muito tempo, muita paciência e muita perseverança.
30 anos depois eu tenho essas mesmas revistas todas ensacadas e guardadas. A coleção de X-men sobreviveu há 8 mudanças, 5 cidades, 3 estados e 1 divórcio. A do Wolverine não.... em determinado momento eu a perdi, não lembro muito bem quando, mas ela se foi.
Tenho tudo que foi publicado dos X-men na Abril, tenho os especiais, os gigantes, a fase premium, etc. Na era da Panini tenho os primeiros anos todos, porém certa época fechei meu negócio e tive que fazer sacrifícios, um deles foi parar com as HQs.
Fiquei anos afastado do mundo dos quadrinhos (uns 10-15
anos), um dia comprei o número 1 do omnibus do Conan que saiu pela Mythos.
MEU DEUS!! todas as lembranças das horas e horas lendo, viajando e me
divertindo com meus gibis voltaram.
Quando a encomenda das edições 2 e 3 do Conan omnibus da Mythos chegou minha esposa entrou na UTI como paciente, ali o Conan me ajudou a passar tempo, tirar minha mente do desastre iminente e me dar paciência e força para seguir em frente.
Sou muito grato ao cimério de bronze que dali em diante ele
virou meu personagem favorito!
Organizei tudo que estava guardado, doei as revistas modernas que estavam sem sequência ou lógica, foquei no que eram meus favoritos colecionáveis: X-men, Wolverine e Batman. As mini-séries, mega eventos e encadernados estavam com várias edições faltando, fiz uma versão moderna do meu caderninho que ficava na carteira no meu celular e fui completando as minisséries e especiais que eu julguei interessantes.
Assim voltei ao mundo dos quadrinhos, não acompanho mensalmente
até porque onde moro não existem bancas de jornal. Agora compro encadernados na
internet.
Para minha sorte vivemos uma onda de relançamentos e meu foco atual é completar as coleções do Conan que estão saindo.
Tenho todos os Conan da Glenat que saíram pela Pipoca e Nanquim, tudo que saiu de Conan na volta à Marvel, todas as edições do Conan da Dark Horse que estão saindo pela Mythos, e consegui comprar as edições históricas do Conan da Mythos (essa foi cruel, difícil e cara de achar).
As espadas selvagens do Conan da Panini estão
sendo desafiadoras, quando descobri que elas existiam já tinham saído 55
edições. Estou batalhando para completar usando a estratégia de primeiro
comprar o que não tem no site da Panini, e agora restam apenas 13
edições! Eu não tinha pretensão de adquirir os ominibus de Conan o
Bárbaro, mas acabei lendo a primeira edição e agora a meta é completar
também 😄
Daqui para frente espero seguir firme e forte no mundo dos quadrinhos! Vou seguir com a estratégia dos encadernados, com os anos espaço também é um problema. Agora quem sabe o que o futuro nos reserva?
Grande abraço,
Hallan
Uau, fabuloso testemunho de um entusiasta raiz de quadrinhos (B.D.) ! Eu também sou um dos que aprenderam a ler com eles e eram como que mágicos, uma sensação unica, a pouca idade e as revistas, que gostaria de sentir novamente, nem que fosse por 10 segundos apenas, já seria uma ufania, algo transcendental !
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